Pink Floyd: Animals

porco

Que o Pink Floyd é uma banda muito louca e psicodélica, todo mundo sabe. Mas como toda banda muito louca e psicodélica, eles também passam diversas mensagens por meio de suas músicas. Muito ligada ao cunho político e social, o Pink Floyd tocou em seus maiores trabalhos, como The Wall e The Dark Side of The Moon, canções que fazem críticas cruciais ao modo em que vivemos e fazemos viver. São músicas que falam sobre, por exemplo, os horrores da guerra e o potencial destrutivo do capitalismo, mostrando pelo som, as consequências dolorosas que esses poderes podem trazer ao ser humano e também aos músicos que as compõem.

Porém o disco que resolvi escrever não é o famoso The Wall ou o “do prisma”. O que venho escutando esta semana, e que me despertou muita curiosidade é Animals, décimo álbum de estúdio da banda, lançado em 1977.

Como outros discos do Pink, esse já faz abrir os olhos apenas pela arte em sua capa. Um balão-porco gigante, flutuando pela Usina Termelétrica de Battersea, na Inglaterra. Balão o qual ficou conhecido como uma das marcas da banda, presente em vários dos seus shows. Mas este não foi o ponto que mais me chamou a atenção, e sim as músicas presentes no álbum, em especial a faixa 3, “Pigs”.

Para que não está por dentro, Animals é inspirado no livro A Revolução dos Bichos [Animal Farm], de George Orwell. As três principais faixas do disco: Dogs (cães), Pigs (porcos) e Sheeps (ovelhas) fazem alusões aos animais usados no livro de Orwell. Assim como no livro, e me corrijam se estiver errado, pois não li ainda, os animais representam:  Cães, como os homens da lei; Porcos, são os políticos corruptos e moralistas; e, Ovelhas, como a população, por não possuírem pensamento próprio, seguindo cegamente um líder.

Nessas três músicas, a banda desenvolve sua crítica de forma poética, com sons ritmizados pela sua qualidade sonora e lírica, na qual são consagrados.

Escutando a terceira faixa “Pigs (Three Different Ones)”, fiquei imaginando quem seria os “Três Diferentes Porcos” nos quais Roger Waters falava, cada um em uma estrofe. Primeiramente imaginei que seriam políticos em geral ou da Inglaterra. Em uma busca rápida aqui na wikipédia, eis que descubro que sim, dois Porcos da música representam:

Margaret Thatcher – na segunda estrofe:  “You fucked up old hag”, algo como “Você bruxa velha toda fodida”.  Walters critica firmemente a ex-primeira ministra inglesa por suas ações na Guerras das Malvinas; e

Mary Whitehouse – na terceira estrofe: “Hey you, Whitehouse”, essa mais direta, citando o sobrenome de Mary Whitehouse, uma ativista política que era defensora da censura.

E o terceiro Porco, na minha opinião, é mesmo os políticos em geral, no qual estão presentes na primeira estrofe: “Big man, pig man – Grande homem, homem porco”

Por último, citando algumas letras dessa música, os porcos [políticos] são “Quase uma piada, Quase uma tentação, mas são na verdade, um lamento”, que mostra uma das posições da banda a respeito do momento político daquela época… que se você parar para pensar, não mudou muito para os dias atuais.

Sobre Werlish

Tecnólogo em comunicação institucional pela UTFPR, trabalha há oito anos com relações públicas, fotografia e produção de conteúdo, com especialidade nas áreas de assessoria de imprensa e marketing digital. É cinéfilo de carteirinha, atuando com produção e edição de vídeos e críticas de cinema.
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